O intestino é o principal órgão do corpo. Ele está diretamente ligado à saúde e à prevenção de doenças. Se fôssemos uma árvore, o intestino seria a raiz. Você já viu alguma planta crescer forte e sadia com a raiz frágil, doente ou contaminada? Impossível! Com o intestino é exatamente igual. Somente haverá saúde se o intestino estiver limpo, sem acúmulo de fezes, tiver a microbiota (flora intestinal) bem equilibrada e estiver livre de parasitas (vermes). Da mesma forma, toda doença tem o seu ponto de início no mal funcionamento do intestino.
O intestino é a principal via de comunicação entre o meio externo e o sangue e entre o meio externo e cada uma das células do corpo. A superfície da parede intestinal é 150 a 300 vezes maior que a superfície da pele. Portanto, o intestino está muito mais em contato com o meio externo do que a própria pele. A parede de um intestino SAUDÁVEL seleciona tudo o que entra no organismo, permitindo a entrada somente de substâncias necessárias para o bom funcionamento do organismo.
Entretanto, hoje em dia, é muito difícil encontrar um intestino saudável. O uso rotineiro de alimentos industrializados, acrescidos de substâncias químicas altamente tóxicas, a presença de açúcar branco no cardápio habitual, o uso de leite animal e o abuso em carnes causam diversas alterações na parede intestinal. Uma das alterações é, justamente, o aumento da permeabilidade, gerando uma situação chamada disbiose. Um intestino com disbiose permite a entrada de macromoléculas, toxinas e microrganismos, para o sangue e, através dele, para todas as células. Em condições normais, essa absorção seria impedida. O fungo Cândida albicans é um exemplo de microrganismo que aproveita essa porta de entrada para ganhar a corrente sanguínea, onde causa comprometimentos graves, inclusive, favorecendo o desenvolvimento do câncer.
Os erros alimentares, sobretudo o açúcar e o leite, desencadeiam, ainda, a produção de muco pela parede intestinal, formando uma espessa camada que recobre toda a mucosa. Esse muco piora a condição inflamatória do intestino, piora a disbiose e, além disso, forma uma barreira que prejudica a assimilação adequada dos nutrientes alimentares.
A inflamação e a intoxicação do intestino, os erros alimentares e também o sedentarismo, tornam o trânsito intestinal mais lento. O resultado é o acúmulo de resíduos alimentares na parede intestinal, os quais entram em fermentação e putrefação e agravam ainda mais as lesões da parede intestinal. Esse processo transforma-se em uma bola de neve de autointoxicação e autodestruição. Esse material tóxico e ácido produzido na luz intestinal é absorvido e, através do sangue, causa agressões às células com as quais entrar em contato.
Além disso, o intestino é responsável ainda por cerca de 90% da nossa imunidade, pois nele ocorre a produção mais significativa de anticorpos. Portanto, o mau funcionamento do intestino, a lentidão do trânsito intestinal, o acúmulo de resíduos e a constante inflamação da mucosa intestinal estão diretamente ligadas à baixa imunidade.
Outra função importantíssima do intestino e desconhecida por muitos, é aquela ligada ao estado emocional, ao humor e ao funcionamento cerebral. No intestino são produzidos mais de 30 tipos de neurotransmissores, que são os intermediadores na transmissão de informações entre os neurônios. Cerca de 95% da serotonina, por exemplo, é produzida e armazenada nos intestinos. A serotonina é o principal neurotransmissor envolvido no bom humor, na alegria, no bem estar, no otimismo. Ela dá o tom da vida – colorido ou cinzento; promissor ou sem esperança; prazeroso ou assustador. Não é à toa o termo ENFEZADO (cheio de fezes) ser usado com o significado de mal humorado. A serotonina é um neurotransmissor diretamente ligado à depressão. Antes de começar a tratar a depressão é preciso recuperar a normalidade do intestino.
Realmente, a raiz da saúde, do bem estar, da vitalidade, do bom humor, da disposição está ligada ao bom funcionamento intestinal.